terça-feira, 20 de novembro de 2012

Oxum Ypondá

Um pouco sobre as passagens de Oxum.


Ypondá


Rainha na cidade de Pondá, dona do rio Pondá, Yeye Ipondá rivaliza com yeye Opará quando seus rios se encontram.



Yeye Ipondá é guerreira, vaidosa ao excesso, aponta sua espada para qualquer um e desafia o intruso. Muito ligada a Owárìs e Igbòálàmà, adora roupas douradas com branco e não responde no jogo mais de uma vez, ou seja, se ela responder entenda rápido pois ela não repetirá o que já respondeu. 


Se irrita ao ser puxada numa roda de candomblé, gosta de ser a primeira se tiver outra Oxum na sala e conte com ela sempre quando se tratar de uma criança. Não perdoa um filho que não respeita ou quebra os seus preceitos e sua liturgia.



Ponda ou Ypondá como esposa de Oxossi Ibualama. Porta um leque. É a mãe de Logun-Edé e com sua espada guerreia bravamente. Vive no mato com seu marido. Veste amarelo-ouro e azul-claro na barra da saia. Alguns dizem que é relacionada ao fogo e aos cemitérios e tem ligação com Egun. 

A pata é a sua maior quizila, seu bicho de fundamento é a tartaruga. 

Tem ligação com Ogum, Oyá, Oxossi e Oxaguiã. Come com Iyemonjá e Oxalá. Alguns dizem ser companheira de Omulu, muito feiticeira tendo ligação com o fogo.


Uma lenda conta que....



“Ypondá e Opará disputavam o mesmo amor. Em um determinado dia, Ypondá deu-se conta de que os olhos de Opará brilhavam muito quando avistava Erinlé, o Odé preferido de Ypondá. 


Ypondá muito faceira e perigosa, andava sempre armada com seu par de fisgas (espécie de arpão), chamou Opará e pediu que se ajoelhasse, nesta época Opará era uma espécie de dama de companhia de Ypondá e sempre ficava aos pés de Ypondá. 

Opará muito jovem e sempre afoita mesmo sem entender, cumpriu com o pedido da Osun mais velha e correu para abaixar-se, quando Ypondá fisgou-lhe as duas vistas e arrancou fora os olhos.
Tornando-se então Opará cega. Onira revoltada com tal situação tenta comprar a briga de Opará, lançando raios contra Ypondá, e queimando-lhe os pés.

Ypondá por sua vez muitíssimo inteligente mira o abebé dela contra os raios de Oyá e a cega também. Desde então Opará e Oyá fazem companhia uma a outra, são inseparáveis e Ypondá por sua vez, as guia.A esta Oya damos o nome de Onira que é uma Oya Olodo (ou seja das águas).


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mudança do axé - Parte 1


Comecei esta postagem marcando parte 1, porque imagino que ela terá muitas outras partes no decorrer do tempo.

Tempo este que estou ansiosa para que passe e que a casa de Xangô logo esteja estruturada como nós planejamos.

Sei que logo vou rir das aventuras passadas durante esta construção... o dia em que encontramos a cobra... a primeira visita de Exú Marabô.

Dias realmente emocionantes, onde revitalizo e reforço minha fé.

Hoje diretamente em contato com a natureza, vejo como minha religião é linda e que estou no lugar certo...

Abraços a todos.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ogum, obrigada por atender minhas preces...

Na semana passada, como toda quarta- feira, fui a Casa de Axé para cortar os meus quiabos e rezar o amalá... e quando estava lá, uma idéia de realizar um agrado para Ogum não saia da minha cabeça.

Olhei para o vidro de feijão e pensei: é você mesmo! E comecei a preparar o meu Macundê.
Já com o corpo lavado com nossas folhas e minha mente limpa, ascendi o fogão de lenha, catei o feijão e botei pra cozinhar. Ralei minhas cebolas e comecei a preparar o prato. Juntamente com dois acaçás, frescos e pontudos.

Como toda Yawo que se preste, preparei dois najés bem bonitos (dois, porque não se deve arriar nada ao seu orixá sem antes arriar para o da casa, afinal sempre os mais velhos), lavei as folhas de mamona e sequei, cobrindo o fundo das najés. Com o feijão bem cozido, escorri um pouco do caldo e refoguei, pronto a delicia estava preparada, só aguardando o momento de oferecê-la ao pai Ogum.


Assim o fiz e hoje, em plena terça feira, naquele último sono, das 05:00 da manhã, tive um sonho... acho que foi sonho kkk. Senti ao pé da minha orelha direita um fungar, uma respiração quente, um rosto forte ao roçar no meu. Assustada mal tive coragem de tentar abrir os olhos, pensei: Meu Deus o que tá acontecendo.
E ao abrir levemente os olhos, aquele homem que estava atrás de mim, ao fungar em minha orelha, passou em minha frente, forte, negro, com olhos arregalados, tinha o peito nú e na cintura uma faixa de dendezeiro.
No pescoço um colar longo de missangas azuis marinho, simplesmente passou e sumiu como uma miragem.


Voltei a dormir e sonhei com o barracão, com Oxum, Odé e novamente este homem, claramente para mim, identificado como Ogum, senhor dos meus e dos nossos caminhos.


Ai que eu digo, quem é de Axé é.....


Patakori Ogum, motumbá.
Obrigada por estar em minha vida e por atender minhas preces.    



terça-feira, 19 de junho de 2012

A morte de minha mãe

Olá querido Blog, faz tempo que não nos vemos...

Mas atualizando os fatos muita coisa ocorreu, minha mãe faleceu... e tive que tirar um dos ebós mais "punks" da minha vida.

Foi duro e chego a conclusão que deixo esse papo de "Eguns" para os mais velhos, afinal é necessário muito conhecimento para lidar com estas situações.

Com isto tudo, dei muita cabeçada e praticamente virei saco de pancada. É sério!
Pela primeira vez em 4 anos, pensei repentinamente em largar o candomblé, fiquei triste e descompreendida. Em muitos momentos procurei respostas nos orixás e em Exú sobre a perda da minha mãe.
Até que um dia de muita tristeza, falando com Exú Marabô, querendo saber porque nos momentos em que ela esteve hospitalizada ele não veio falar comigo, ele me disse: "O que a Sr.a queria que eu fizesse? Eu não ressuscito quem já se foi!".


Na hora fiquei um pouco chocada. Mas não é (que como sempre) meu velho tem razão! Quando chega a hora não tem o que se fazer, podemos apenas nos conformar e pedir para Iansã e Oxalá que quem partiu tenha um bom descanso.


Durante a internação de minha mãe um dia em desespero, Oxum veio a terra, minha irmã carnal Adriana, ajoelhou e clamou a Oxum que ela trouxesse nossa mãe de volta, Oxum, segundo os presentes, abraçou minha irmã, a levantou e apontou pro céu.

Depois disso acreditei que era a hora de me despedir de minha amada mãe, porque não havia mais ebó para ser feito, a hora dela tinha chegado.

Também sobre essa história de partir, fiquei pensando para onde será que minha mãe foi? Porque ela sempre foi simpatizante do candomblé, mas não era consagrada... Hum... confuso!

Então cheguei a conclusão que ela foi pro Orum, descansar e depois retornar dentro do seio da minha família para completar sua missão... Talvez esta é a resposta que mais me conforte...

Porque até para mim, candomblecista, é difícil perder alguém a quem tanto amamos, mas tenho fé em Oxum e Iansã que isso passará, e que me confortarei com a dor.

Abril 2011 - Seu último aniversário

Motumba sè.