terça-feira, 3 de julho de 2012

Ogum, obrigada por atender minhas preces...

Na semana passada, como toda quarta- feira, fui a Casa de Axé para cortar os meus quiabos e rezar o amalá... e quando estava lá, uma idéia de realizar um agrado para Ogum não saia da minha cabeça.

Olhei para o vidro de feijão e pensei: é você mesmo! E comecei a preparar o meu Macundê.
Já com o corpo lavado com nossas folhas e minha mente limpa, ascendi o fogão de lenha, catei o feijão e botei pra cozinhar. Ralei minhas cebolas e comecei a preparar o prato. Juntamente com dois acaçás, frescos e pontudos.

Como toda Yawo que se preste, preparei dois najés bem bonitos (dois, porque não se deve arriar nada ao seu orixá sem antes arriar para o da casa, afinal sempre os mais velhos), lavei as folhas de mamona e sequei, cobrindo o fundo das najés. Com o feijão bem cozido, escorri um pouco do caldo e refoguei, pronto a delicia estava preparada, só aguardando o momento de oferecê-la ao pai Ogum.


Assim o fiz e hoje, em plena terça feira, naquele último sono, das 05:00 da manhã, tive um sonho... acho que foi sonho kkk. Senti ao pé da minha orelha direita um fungar, uma respiração quente, um rosto forte ao roçar no meu. Assustada mal tive coragem de tentar abrir os olhos, pensei: Meu Deus o que tá acontecendo.
E ao abrir levemente os olhos, aquele homem que estava atrás de mim, ao fungar em minha orelha, passou em minha frente, forte, negro, com olhos arregalados, tinha o peito nú e na cintura uma faixa de dendezeiro.
No pescoço um colar longo de missangas azuis marinho, simplesmente passou e sumiu como uma miragem.


Voltei a dormir e sonhei com o barracão, com Oxum, Odé e novamente este homem, claramente para mim, identificado como Ogum, senhor dos meus e dos nossos caminhos.


Ai que eu digo, quem é de Axé é.....


Patakori Ogum, motumbá.
Obrigada por estar em minha vida e por atender minhas preces.