Peço "agô" aos mais velhos, por não ter o discernimento para saber se o toque é esse ou aquele, se a amarração é essa ou aquela.
Mas digo que agora me senti nostálgica e emocionada.
Nostalgia de um Pai que a primeira vez que vi, chorava, sem entender porque meu coração tinha aquela batida, aquele compasso.
Um Pai que na Mitologia se apresenta duro, severo, namorador e um grande estrategista.
Para mim, apenas um Pai, um Pai que ao senti-lo, pois não consigo mais vê-lo, meu coração ainda bate naquele compasso... Praprapum....
No ritmo do alujá, e no corpo um calor, o calor da fogueira de Xangô!
E no meu caso, na larva incandescente de meu Pai Aganju!
Ao ver este vídeo, onde Xangô baila sozinho, se fazendo ali, o mestre de sala, me senti nostálgica...
Nostalgia do tempo que ainda conseguia vê-lo, ouvir o seu ilá, sentir o seu calor e louvar o seu nome Kao Kabiecile.
Hoje este ilá se tornou o chamado, o brado da terra, onde um grande buraco se abre e ali me perco.
Mais minutos antes, meu corpo vibra, minha garganta grita Kao Kabiecilé e meu coração bate, praprapum!
E o alujá invade os meus ouvidos, inunda o meus sentidos.
Para mim apenas o grande buraco, para os outros é hora de louvar e reverenciar pois o rei chegou!
Oba Tonile!
Aira O Le!
Kao Kabiciele!